segunda-feira, fevereiro 14, 2011

O drama das crianças

O "drama" da criança E2

A criança E2 sentiu-se abandonada, por exemplo, devido a necessidade que sua mãe tinha de trabalhar para ajudar no sustento da casa. Ela sentia muita dor ao ser abandonada mas, ao mesmo tempo tinha a sensação que sua mãe sentia prazer com o seu desespero. Podemos quase assegurar que a mãe não faria isso por crueldade, muito pelo contrário. Seu prazer vinha em sentir a força do sentimento do filho por ela e da validação emocional que isso proporcionava a ela. Assim dá para entender que a criança E2 não só é autorizada como incentivada a demonstrar seus sentimentos.

Acontece que, crescendo assim, em algum momento, já com 5 ou 6 anos, esta criança tem alguma "explosão" emocional com a mãe. Nesse momento, a mãe transmitiu ter sentido tanta dor que a criança sentiu um surto de medo e culpa que a levou a reprimir sua tristeza e sua necessidade profunda de intimidade. O que os E2 sentem particularmente difícil é reconciliar a imagem de uma mãe "guerreira" que lhes deu liberdade com a da rival que sentia ameaçada pela criança. Em muitos casos, a criança busca atenção e tratamento especiais do "pai" de sexo oposto, para não parecer ameaçadora ao "pai" de mesmo sexo. Assim, tratar-se com o mesmo carinho e, gostar de si como gosta de criança, parece ser um bom caminho para os E2.


O "drama" da criança E3

No caso da criança E3 o drama vem do completo desdém pelos sentimentos, necessidades e expectativas da criança. Mais especificamente, o ambiente emocional da criança E3 não permite autonomia emocional. A criança é encorajada a abandonar suas mais profundas necessidades em troca das necessidades e expectativas dos pais. Isto é feito convencendo a criança E3 de que ela não está abrindo mão de nada porque, os valores que se espera que ela aceite e absorva são retratados como "o melhor" que qualquer pessoa pode humanamente desejar. Comprimida desta maneira, a 'máscara" gruda tão firmemente durante o desenvolvimento da criança que cria um falso "eu".

Apesar da rejeição de necessidades e sentimentos, esse processo de compressão deixa a força vital, o "grito primitivo" intacto! Esta força só pode ser controlada por uma despersonalização defensiva que separa o "eu" daquilo que é sentido no fundo do ser. Enquanto se despersonaliza para não sentir a verdade, a adaptação do E3 conduz ao engodo de aceitar sua própria realização, com base em uma realidade imposta por outros. A força coesiva dessa cilada é tão grande que, muitas vezes, os E3 nem percebem a diferença entre o que eles realmente querem e o que eles pensam que querem. Eles enganam a si mesmos antes de enganarem os outros!

Para contrabalançar o desdém que sofreram, os E3 precisam se convencer que seu maior sucesso está em conquistarem a si mesmos. Deixar sua criança interior enxergar com seus próprios olhos e falar com sua própria voz é um enorme desafio para os E3 mas pode ser a única maneira de resgatar seu mundo interior.
 
 
O "drama" da criança E5

A criança E5 normalmente recebeu muito. Recebeu o que os adultos queriam que ela recebesse e não o que ela queria. Assim ela teve a sensação de não ter recebido o suficiente e, ao mesmo tempo, seu ambiente a condenava quando ela ousava pedir mais. A criança percebeu claramente a mensagem de que, fosse o que fosse que ela estivesse recebendo, já era muito. Essa sensação "quebrou" o instinto de expansão da criança, forçando-a a proteger seu "eu" mais vital trazendo-o para trás de um muro de silêncio e frieza.

A criança, carente, além de ser silenciada e obrigada a abrir mão da esperança de ser amada, sente-se compelida também a renunciar aos seus próprios sentimentos porque, caso contrário sua sobrevivência pode ser ameaçada.

Como o instinto de expansão nunca pode ser completamente aniquilado, a necessidade de encontrar um lugar onde ela possa finalmente expressar-se motiva a busca, ao longo da vida do E5, pelo seu "paraíso". Encontrar alguém digno de confiança, para poder acessar seu santuário secreto mais profundo, pode ser um caminho para alguns E5.


Fonte: http://www.fredport.com/enea.htm

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